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Presidente uruguaio recebe homenagem e defende integração da América Latina

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Cerimônia no Palácio Piratini foi acompanhada por grande número de representantes dos movimentos sociais, parlamentares e auto - Foto: Claudio Fachel/Palácio Piratini

O Palácio Piratini recebeu, nesta terça-feira (9), o presidente do Uruguai, José Pepe Mujica. Considerado um parceiro estratégico do Rio Grande do Sul, o país vizinho ampliou as ações conjuntas com o Estado e estabeleceu uma agenda de cooperação a partir de 2011. Durante ato, no Salão Negrinho do Pastoreio, Mujica defendeu um projeto conjunto de desenvolvimento social na América Latina e maior integração entre os países. O presidente também foi homenageado pelo Governo do Estado.

Bem-humorado, Mujica lembrou da identidade política entre os governos do Uruguai e do RS, do 'tempo em que recebia ilustres gaúchos' - durante o período da ditadura no Brasil - e da necessidade de fortalecer a integração na América Latina. Em entrevista coletiva, após a cerimônia, questionado sobre a sua credibilidade política e o fato de ser referência na América Latina e na Europa, Mujica disse que não tem o perfil tradicional para o cargo.

O presidente uruguaio reconheceu que leva uma vida simples, “embora tenha amigos de todos as classes” sociais. "Sou um lutador social metido a governante. Não me encaixo num modelo tradicional de presidente, não tenho culpa. Sou amplamente republicano, vivo como vive a maioria do meu povo, não como vive a minoria. E nessa vida tratarei de seguir esta regra, por convicção".

Mujica também criticou o consumo excessivo da sociedade e a máxima de que 'quem tem muito dinheiro é que triunfou'. "Minha vida tem um rumo, um alicerce sóbrio; não austero, porque a austeridade na Europa é deixar gente sem trabalho. Sou sóbrio, gasto pouco, vivo com pouco, porque quero ser livre e ter tempo, não para cuidar das coisas que tenho, mas para fazer as coisas que gosto. É meu sentido de liberdade. Reconheço que sou um caso raro e que não vou convencer a ninguém".

Com o salão tomado pela presença de representantes de movimentos sociais, parlamentares e secretários de Estado, o governador Tarso Genro afirmou que a parceria com o Uruguai resultou em projetos como a Cadeia Binacional Solidária do PET: "Desejo que prospere, a partir dessas relações que nós estabelecemos, um conjunto de ações exemplares na nossa América (Latina) tão necessária de relações de solidariedade, de complementariedade produtiva, e de solidariedade científica, tecnológica, comercial e política. A Cadeia Binacional do PET é um exemplo de uma concepção de integração".

Ao reiterar que Mujica é um exemplo para o Estado e para o Brasil, o governador defendeu maior aproximação entre os países para o desenvolvimento de políticas conjuntas. "A integração que faz jus ao verdadeiro estágio democrático que se encontra a América Latina é aquela integração que ocorre de baixo para cima. É uma integração onde a cumplicidade dos atores do mundo do trabalho, e de todos aqueles que produzem de maneira decente, honesta, seja na base produtiva formal, seja nas cadeias solidárias da economia popular, tem o verdadeiro poder de aproximar os polos", disse.

Texto: Felipe Bornes Samuel
Edição: Redação Secom

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